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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

machado de assis

Blog de chrissereia :http://chrissereia.arteblog.com.br, EXPLOSÃO DE AMOR 
A primeira glória é a reparação dos erros.

As ocasiões fazem as revoluções.

O amor é o rei dos moços e o tirano dos velhos.

O amor é o egoísmo duplicado.

Não se perde nada em parecer mau - ganha-se tanto como em sê-lo.

Também a dor tem suas hipocrisias.

O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.

Dormir é um modo interino de morrer.

O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.

Matamos o tempo - o tempo nos enterra.

Amor repelido é amor multiplicado.

De todas as coisas humanas, a única que tem o fim em si mesma é a arte.

O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.

Não se ama duas vezes a mesma mulher.

A vaidade é um princípio de corrupção.

Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular.

Suporta-se com muita paciência a dor no fígado alheio.

A fortuna troca, ás vezes, os cálculos da natureza.
Machado de Assis

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OS TEUS OLHOS

 
OS TEUS OLHOS.....,
 

Fechei a porta às emoções
Arranquei as vestes e atirei ao frio
Sequei o pranto que me engoliu o olhar
Inventei mil águas e atirei a um rio

Inventei uma casa amarela e bela
Um jardim para o poiso das gaivotas do mar
O telhado era feito de pedaços de azul celeste
Uma cancela tinha tatuada a palavra amar

Habitei nela todos os dias da cor do sorriso
Acendi um fogo eterno com pedaços de carinho
Bebi de uma taça dois tragos de absinto
E julguei ver no meio do mar um singelo ninho

Um mar distante de mil azuis
Quando me assaltam dúvidas e medo procuro uma lagoa
Soltarei um chamamento no Mundo
Até que a voz me doa

Até que a madrugada se desprenda da noite
Caminharei na terra dura e fria que me surja no adiante
Contarei todas as pedras que encontrar
Serei um poeta despojado da razão, um louco viajante

Sem Norte, sem bússola, sem contradição
Sem ouvir o som das palavras, a vil opinião
Sem temer o destino das sete viagens
Sem remorsos, sem mágoas ou compaixão

Cavalgo uma tempestade imensa
Solto toda a esperança aos brandais
Este vento sempre presente
Esta força, este peito que não suspira mais
Esta alma que se solta em cada noite no astral
E toca mundos, almas, mestres, deuses, flores aos molhos
Apenas procura a pacificação da ternura
Num sorriso dos…Teus Olhos…

terça-feira, 11 de outubro de 2011

José Saramago

"...é certo, se isso lhe serve de consolação, que se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequencias dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-los, para congratular-nos, ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade que tanto se fala...".



José Saramago
Aqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
E também da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti sei lá bem que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal, de olhos tensos, soletramos
As vertigens do espaço e maravilhas:
Oceanos salgados que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome,
E são brinquedos as bombas de napalme.

José Saramago - Os Poemas Possíveis

terça-feira, 4 de outubro de 2011

VOCE....

Um dia você aprende que...

Não importa em quantos pedaços
Seu coração foi partido
O mundo não para,para que
você o conserte.

Aprendi que o tempo
Não é algo que posso
Voltar pra traz

Portanto sua alma ao
envez de espera
que alguém
lhe traga flores

Você aprende que realmente
pode suportar
que realmente é flores
e que pode ir
muito mais longe
depois de pensar
que não se pode mais

E que realmente a vida
tem valor diante da vida
nossas vidas são traidoras
e nos fazem perdoar

o bem que poderiamos fazer
se não o medo de
TENTAR....


Teu corpo é meu mar



Lua de lindos lábios,
Luar rica  de Luz, brilho precioso ,  tempo desejado, de palavras
Fantasias, é magia, é paz.

Tão bela e sensata, tímida, recatada
Carícias sem abraços, abusados aos montes
Dores de belas emoçoes, "você é linda..."
Beijo, sensações, escaladas, en-cantadas.

Venerar-te é fácil lua
Como uma flor com perfume,
Luar, lábios abertos, em forma
Formatados pra receber
Astro rei, astro sol, alto astral

Picos de rara beleza
Geografia de belos relevos
Planície, planalto, florestas tropicais
Universo tamanho  ao seu prazer



Leia meus olhos
Olhe dentro deles
Perceba o que está escrito
Só você os entenderá

Prove minha boca
Ela esconde delicias
Que só a tua irá saborear
Prove-a e saberá

Minhas mãos
Desvende meus mistérios
Sinta a maciez e o calor
Que irão proporcionar

Prove meu corpo
Desfrute com calma
E assim ele pra ti,
Inteiro, irá se revelar

Teu corpo é meu mar, com correntes perigosas de se navegar.
Leva teus desejos e toda sua energia, fazendo-me em tuas ondas naufragar!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

José Saramago VERDADES




Definição de filhos
"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo".




Poema à boca fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
José Saramago



Não me Peçam Razões...

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago

Com o andar dos tempos, mais as atividades da convivência e as trocas genéticas, acabamos por meter a consciência na cor do sangue e no sal das lágrimas, e, como se tanto fosse pouco, fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca.
José Saramago