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domingo, 5 de agosto de 2012

Quando um homem ama uma mulher -


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões

Coisa Amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
Manuel Alegre

2 comentários:

  1. Tão triste nasceu hoje o Verão
    Tão agreste sopra este colérico vento
    Tão molhada está esta verde terra
    Tão cinza está um coração em desalento

    Mentem os que disserem que perdi a Lua
    Os que profetizaram o meu futuro de luz
    Mentem os que acharam que não me visto de sentimento
    Os que acham que apenas a mentira seduz

    Acolhi no olhar todas as coléricas vagas que alcancei
    Abracei uma roseira e senti o golpe dos espinhos
    Senti o aroma errante das hortênsias
    Numa viagem por sete caminh

    Bom fim de semana

    Doce beijo

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    Respostas
    1. A Serenata
      Uma noite de lua pálida e gerânios
      ele virá com a boca e mão incríveis
      tocar flauta no jardin.
      Estou no começo do meu dessespero
      e só vejo dois caminhos:
      ou viro doida ou santa.
      Eu que rejeito e exprobo
      o que não for natural como sangue e veias
      descubro que estou chorando todo dia,
      os cabelos entristecidos,
      a pele assaltada de indecisão.
      Quando ele vier, porque é certo que vem,
      de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
      A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
      - só a mulher entre as coisas envelhece.
      De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
      Como a fecharei, se não for santa?
      Adélia Prado

      LEVE BEIJO.

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