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sexta-feira, 9 de março de 2012

O transtorno explosivo intermitente

O transtorno explosivo intermitente

Por Carmem Stehling – Psicóloga e Pedagoga (resumo da Palestra sobre Transtornos da Impulsividade do dia 13 de outubro de 2010 - A.G.R.A.D.A.)

Estamos no Século da Impulsividade e são vários os fatores que favorecem comportamentos impulsivos: as facilidades dos serviços de telecomunicações, o mundo digital, o incentivo na aquisição exagerada de bens de consumo como tradução de felicidade, a busca da perfeição inatingível. Tudo tem que ser rápido, eficiente e perfeito.
O mundo atual nos faz ter pressa, num click mudamos de página, fechamos janelas, abrimos outras, pesquisamos superficialmente, arquivamos o inútil e deletamos o essencial. Só com educação e reflexão aprenderemos a não ter tanta pressa.

O Comportamento Impulsivo é um ato em resposta a um estímulo que é executado sem demora, reflexão, direção voluntária ou controle evidente.
Ele pode representar perigo à própria pessoa ou a outros (direção imprudente) ou se for treinada e direcionada pode ser positiva (no resgate de pessoas).
Adultos com TDAH relatam dificuldade de concentrar-se em seu trabalho e inibir pensamentos que não se relacionam com a tarefa que estão realizando (Barkley, 2000).
Existem vários Transtornos do Controle de Impulsos (Transtorno Explosivo Intermitente, Cleptomania,Tricotilomania, Jogo Patológico, Compulsão Sexual, Compras Compulsivas, Transtornos da Alimentação, Automutilação, Amor Patológico, Dependência de Internet)
Estudos em Bioquímica e Neuropsicologia verificaram anormalidades na atividade dos neurotransmissores dopamina, serotonina e noradrenalina relatadas nos Transtornos do Controle de Impulsos.Evidências indiretas do envolvimento desses sistemas de neurotransmissores são derivadas de considerações diagnósticas e de tratamento farmacológico.
O Transtorno Explosivo Intermitente tem Critérios Diagnósticos para F63.8  e
DSM IV 312.34. As Características Diagnósticas são:

       A. Diversos episódios distintos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, resultando em atos agressivos ou destruição de propriedades.
      B. O grau de agressividade expressada durante os episódios está nitidamente fora de proporção com quaisquer estressores psicossociais desencadeantes
      C. Os episódios agressivos não são melhores explicados por outro transtorno mental (por ex., Transtorno da Personalidade Anti-Social, Transtorno da Personalidade Borderline, Episódio Maníaco, Transtorno da Conduta ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), nem se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., traumatismo craniano, doença de Alzheimer)

No Transtorno Explosivo Intermitente o indivíduo pode descrever os episódios agressivos como "surtos" ou "ataques" nos quais o comportamento explosivo é precedido por um sentimento de tensão ou excitação, sendo imediatamente seguido por uma sensação de alívio. Posteriormente, o indivíduo pode sentir remorso, arrependimento ou embaraço pelo comportamento agressivo.
Características e Transtornos Associados: Sinais de impulsividade ou agressividade generalizada podem estar presentes entre os episódios explosivos.
Os indivíduos com traços narcisistas, obsessivos, paranóides ou esquizóides podem estar especialmente propensos a ter surtos explosivos de raiva, quando sob estresse.
Conseqüências : perda do emprego, suspensão escolar, divórcio, dificuldades com relacionamentos interpessoais, acidentes (por ex., em veículos), hospitalização (por ex., em virtude de ferimentos sofridos em lutas ou acidentes) ou detenções legais
Aparentemente é raro,parece ocorrer da adolescência à terceira década de vida,o início pode ser súbito e sem um período prodrômico (sintoma que antecede uma doença)
Difere de  AMOK (malaya meng-âmok) que significa “atacar e matar com ira cega”, um episódio de comportamento violento agudo e incontido para o qual a pessoa afirma ter amnésia.







Bibliografia:
Compêndio de Psiquiatria – Kaplan _ Artes Médicas
DSM-IV-TR - Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais . Trad. Cláudia Dornelles – 4ed. Ver. – Porto Alegre: Artmed, 2002

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