O transtorno explosivo intermitente
1. O que é o Transtorno Explosivo Intermitente?
O Transtorno Explosivo Intermitente – TEI, se percebe naquelas pessoas que são chamadas, popularmente, de “pavio curto”.
São pessoas que não conseguem conter seus impulsos agressivos, é importante salientar que a agressividade Não é premeditada.
Costumam ter comportamentos agressivos – ataques de fúria e de agressividade, tais como, ameaçar, berrar, xingar, fazer gestos obscenos, avançar sinais de trânsito, até formas mais violentas de explosão, tais como atirar objetos contra parede e/ou nas pessoas, envolver-se em ataques físicos contra familiares, brigas no trabalho, nos bares, destruindo veículos no trânsito, etc.
Geralmente têm dificuldade em avaliar as conseqüências de seus atos para si e para os outros.
Frequentemente sentem-se responsáveis por seus atos, demonstrando arrependimento, vergonha, culpa e tristeza.
2. Por quais razões o Transtorno Explosivo Intermitente se desenvolve?
Não existe uma causa única para o desenvolvimento do TEI -Transtorno Explosivo Intermitente.
Existem fatores biológicos (disfunção na transmissão da serotonina), sociais, ambientais e psicológicos.
É freqüente encontrarmos membros das famílias dos portadores de TEI, também com o transtorno. Muitas vezes vem de famílias instáveis, nas quais estão presentes: a dependência do álcool e/ou drogas, explosões verbais e abusos físicos e emocionais.
O portador do transtorno explosivo intermitente geralmente manifesta baixa tolerância à frustração, desenvolvendo uma incapacidade de gerenciar a raiva e a hostilidade, tornando-se instáveis afetivamente, pela incapacidade de controlar seus sentimentos e emoções. Adota, por isso, comportamentos de risco, com manifestações de violência.
3. Como sei identificar se alguém está com esse problema?
O diagnóstico de TEI somente deve ser feito após uma avaliação médica e psicológica.
• A freqüência na perda de controle sobre a agressividade (último ano, último mês) – se são superiores a 2 por semana;
• Se os ataques de agressividade são desproporcionais ao fato que o gerou;
• Se os ataques explosivos não são premeditados
• Se após as explosões aparecem sentimentos de vergonha, culpa, arrependimentos, tristeza, choro etc.
• Se a família possui outros membros com o mesmo comportamento (normalmente existem outros membros com o mesmo comportamento);
• Se os episódios de agressividade incluem ataques físicos e destruição de objetos e/ou propriedades;
• Se os ataques de agressividade são repentinos (esse é o comportamento habitual nos portadores de TEI);
• Se o comportamento agressivo é acompanhado por sensações físicas de fadiga, forte tensão, formigamento, tremores, palpitações, aperto no peito, tensão nas costas, pressão na cabeça, pensamentos raivosos que os levam a fortes impulsos de agir agressivamente. (os portadores de TEI revelam: ”necessidade de atacar”, “necessidade de ferir”, “pico de adrenalina”, “sangue nos olhos”, ou “vontade de matar alguém” e alívio da tensão após o ato agressivo).
4. O Transtorno Explosivo Intermitente tem tratamento?
Sim. Em virtude dos problemas causados à própria vida dos portadores e dos que com eles convivem, é necessário o tratamento médico e psicológico, como uma forma de reduzir a intensidade e freqüência dos episódios violentos, devolvendo assim, uma vida de melhor qualidade a esses indivíduos.
O tratamento médico geralmente inclui o uso de anti-depressivos.
Quanto ao tratamento psicológico, as terapias nos modelos cognitivo-comportamental e cognitivo-construtivista, são as que demonstram maior eficácia na redução dos níveis de intensidade e freqüência dos episódios violentos.
5. Onde buscar ajuda?
Como o tratamento desse problema é multidisciplinar (psicólogo e psiquiatra), pode-se buscar tratamento com profissionais especializados e também no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas que é pioneiro no tratamento dos transtornos do Impulso – Pro-Amiti.
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Liliana Seger – Doutora em Psicologia. Coordenadora do Grupo de TEI
Ana Maria Costa, Deisy R. Emerich – Integrantes do setor de pesquisa e tratamento do Transtorno Explosivo Intermitente do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-AMITI), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Para atendimento gratuito:
Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Tel: (11) 2661-7805
Site: www.amiti.com.brLeia mais:
http://www.oqueeutenho.com.br/1867/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-o-transtorno-explosivo-intermitente.html#ixzz1ofGiSgrc
Escrito por Carmem Stehling Qua, 20 de Outubro de 2010 22:03
Por Carmem Stehling – Psicóloga e Pedagoga (resumo da Palestra sobre Transtornos da Impulsividade do dia 13 de outubro de 2010 - A.G.R.A.D.A.)
Estamos no Século da Impulsividade e são vários os fatores que favorecem comportamentos impulsivos: as facilidades dos serviços de telecomunicações, o mundo digital, o incentivo na aquisição exagerada de bens de consumo como tradução de felicidade, a busca da perfeição inatingível. Tudo tem que ser rápido, eficiente e perfeito.
O mundo atual nos faz ter pressa, num click mudamos de página, fechamos janelas, abrimos outras, pesquisamos superficialmente, arquivamos o inútil e deletamos o essencial. Só com educação e reflexão aprenderemos a não ter tanta pressa.
O Comportamento Impulsivo é um ato em resposta a um estímulo que é executado sem demora, reflexão, direção voluntária ou controle evidente.
Ele pode representar perigo à própria pessoa ou a outros (direção imprudente) ou se for treinada e direcionada pode ser positiva (no resgate de pessoas).
Adultos com TDAH relatam dificuldade de concentrar-se em seu trabalho e inibir pensamentos que não se relacionam com a tarefa que estão realizando (Barkley, 2000).
Existem vários Transtornos do Controle de Impulsos (Transtorno Explosivo Intermitente, Cleptomania,Tricotilomania, Jogo Patológico, Compulsão Sexual, Compras Compulsivas, Transtornos da Alimentação, Automutilação, Amor Patológico, Dependência de Internet)
Estudos em Bioquímica e Neuropsicologia verificaram anormalidades na atividade dos neurotransmissores dopamina, serotonina e noradrenalina relatadas nos Transtornos do Controle de Impulsos.Evidências indiretas do envolvimento desses sistemas de neurotransmissores são derivadas de considerações diagnósticas e de tratamento farmacológico.
O Transtorno Explosivo Intermitente tem Critérios Diagnósticos para F63.8 e
DSM IV 312.34. As Características Diagnósticas são:
A. Diversos episódios distintos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, resultando em atos agressivos ou destruição de propriedades.
B. O grau de agressividade expressada durante os episódios está nitidamente fora de proporção com quaisquer estressores psicossociais desencadeantes
C. Os episódios agressivos não são melhores explicados por outro transtorno mental (por ex., Transtorno da Personalidade Anti-Social, Transtorno da Personalidade Borderline, Episódio Maníaco, Transtorno da Conduta ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), nem se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., traumatismo craniano, doença de Alzheimer)
No Transtorno Explosivo Intermitente o indivíduo pode descrever os episódios agressivos como "surtos" ou "ataques" nos quais o comportamento explosivo é precedido por um sentimento de tensão ou excitação, sendo imediatamente seguido por uma sensação de alívio. Posteriormente, o indivíduo pode sentir remorso, arrependimento ou embaraço pelo comportamento agressivo.
Características e Transtornos Associados: Sinais de impulsividade ou agressividade generalizada podem estar presentes entre os episódios explosivos.
Os indivíduos com traços narcisistas, obsessivos, paranóides ou esquizóides podem estar especialmente propensos a ter surtos explosivos de raiva, quando sob estresse.
Conseqüências : perda do emprego, suspensão escolar, divórcio, dificuldades com relacionamentos interpessoais, acidentes (por ex., em veículos), hospitalização (por ex., em virtude de ferimentos sofridos em lutas ou acidentes) ou detenções legais
Aparentemente é raro,parece ocorrer da adolescência à terceira década de vida,o início pode ser súbito e sem um período prodrômico (sintoma que antecede uma doença)
Difere de AMOK (malaya meng-âmok) que significa “atacar e matar com ira cega”, um episódio de comportamento violento agudo e incontido para o qual a pessoa afirma ter amnésia.
Bibliografia:
Compêndio de Psiquiatria – Kaplan _ Artes Médicas
DSM-IV-TR - Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais . Trad. Cláudia Dornelles – 4ed. Ver. – Porto Alegre: Artmed, 2002
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